Corpo do cantor Juliano Cezar é velado por familiares, amigos e fãs em Ribeirão Preto 

A cerimônia foi aberta às 16h30 para amigos e parentes, que, sob forte comoção e orações, receberam o caixão com o sertanejo. No altar, foi colocado um telão com uma foto de Juliano. Um evento da igreja para o Ano Novo foi cancelado em função da morte do cantor, afirma o pastor Laercio Galvan.

"Não temos estado de espírito para fazer uma ceia de virada de ano. Nosso estado de espírito está abatido e isso é natural acontecer, ele é de nossa família", disse.

O velório foi aberto a partir das 17h aos fãs, alguns deles cantando músicas de Juliano Cezar. De chapéu e com uma viola, o motorista de caminhão Alexandre Oscar foi homenagear o ídolo.

"É o nosso estilo, estilo meio caipira, meio da roça, sertanejo. E o Juliano Cezar para nós era uma referência. Eu que gosto de música desde molequinho, estar aqui em um momento triste como esse é complicado", disse.

Emocionada, a moradora de Ribeirão Preto Maria Luiza Nascimento, de 67 anos, também foi dar o adeus ao cantor, que somente tinha visto pela televisão. "O que a gente tem que fazer é muita prece para ele descansar em paz", afirmou, em lágrimas.

Depois da passagem por Ribeirão Preto, o corpo será levado para Passos (MG), cidade natal do cantor sertanejo, onde haverá outro velório, previsto para acontecer a partir de 1h desta quarta-feira (1º) na Câmara. O enterro será no Cemitério São Vicente de Paula às 11h.

Um dos primeiros a chegar ao velório foi o cantor Luan, da dupla Lucas e Luan, amigo do sertanejo desde o início da carreira. "Um grande irmão que eu tenho certeza que Deus recebeu nos braços porque é um grande ser humano", afirmou.

Pessoas ligadas ao rodeio também foram se despedir. Diretor de "Os Independentes", grupo que promove a Festa do Peão de Barretos (SP), Hussein Gemha Júnior lembrou da amizade com o cantor e lamentou a morte.

"Vai ser difícil ter outro Juliano. Um cara de coração do tamanho dele e nessa hora o coração largou ele na mão. Abriu tantas portas pra tanta gente e hoje a gente vê que o Juliano deve estar sendo muito bem recebido no céu", disse.

Sogro de Juliano Cezar, Lázaro Mendes disse que o cantor estava bem no encontro de fim de ano da família antes do show no Paraná.

"Passamos a noite juntos na casa de um promotor amigo nosso, tudo maravilhoso. No outro dia ele ficou descansando, no próximo dia ele foi para o Paraná, porque tinha os compromissos, os shows", contou.

Ele ainda tenta entender o que aconteceu com o sertanejo. "Ele estava cantando e teve um mal súbito, é o que sei, o que me contaram."

Juliano Cezar morreu na madrugada desta terça, aos 58 anos, após sofrer um infarto fulminante enquanto fazia um show em Uniflor, no norte do Paraná. Um vídeo registrou o momento em que o músico cai no palco e é socorrido pela equipe de produção.

De acordo com o produtor Mauro Vasconcelos, o sertanejo chegou a ser socorrido em um posto médico próximo ao local do evento, onde recebeu massagem cardíaca e injeções de adrenalina por mais de uma hora e meia, mas não resistiu.

A Prefeitura de Passos decretou luto oficial de três dias. Amigos de Ribeirão Preto, onde o cantor vivia há mais de 25 anos, lamentaram a morte e ressalta a importância de Juliano Cezar para a projeção nacional de diversos artistas.

Sobrinho do artista, Luiz Felipe Melo Campos contou que a família recebeu a notícia da morte ainda durante a madrugada. “Ele se foi feliz, fazendo o que ele amava. Ele se foi cantando, uma coisa que ele gostava. Ele tinha amor por aquilo", afirmou.

O cantor era casado e não tinha filhos.

Juliano tinha 33 anos de carreira e 14 álbuns, incluindo quatro DVDs.

O sertanejo começou a fazer sucesso ao cantar "Não Aprendi Dizer Adeus" e ganhou o Prêmio Sharp como "cantor revelação". Também foi indicado ao Grammy Latino com "Melhor Álbum Romântico".

"Rumo a Goiânia", "Faz Ela Feliz", "Bem Aos Olhos da Lua" e "Cowboy Vagabundo" estão entre os sucessos de Juliano Cezar.

*Colaborou Vinicius Alves, da CBN Ribeirão