Afastado há um mês e suspeito de ter desviado R$ 39 mil na compra de plantas, Mituo Takahashi, o Katiá (PPS), renunciou ao cargo de prefeito de Barrinha (SP) nesta segunda-feira (14).
Em carta enviada à Câmara, o chefe do Executivo comunicou sua saída e a atribuiu a questões de foro íntimo. O Legislativo enviou um ofício convocando a vice-prefeita Maria Emilia Marcari a assumir o cargo.
Por telefone, a advogada de defesa de Katiá, Cláudia Seixas, disse que não vai se manifestar, pois a renúncia foi motivada por questões pessoais.
Katiá foi afastado da Prefeitura em setembro por uma determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que o proibiu de frequentar prédios públicos em função dos diferentes processos respondidos por ele.
Segundo a Promotoria, entre 100 e 150 mudas de espécies variadas foram compradas pela administração municipal entre 2013 e 2016, mas acabaram sendo plantadas na chácara do então prefeito. Fotografias aéreas e laudos técnicos comprovariam o desvio a mando de Katiá.
Depoimentos de servidores públicos encarregados de buscar as plantas - incluindo palmeiras imperiais - com a caminhonete do prefeito e levá-las até a propriedade também embasaram o processo movido pelo MP em agosto.
A suspensão de Katiá do cargo foi imposta como medida cautelar. Segundo a determinação do TJ, havia indícios de "violação de princípios constitucionais e dano ao erário municipal", além de suposto enriquecimento ilícito.
Na decisão, o desembargador Ronaldo Sérgio Moreira da Silva, da 13ª Câmara de Direito Criminal, também destacou que o prefeito era investigado por suposto crime de peculato, porque teria comprado uma carroceria de madeira de R$ 3 mil com recurso desviado da Prefeitura, para instalar na própria caminhonete.
Em outra ação, Katiá é suspeito de oferecer "mesada" de R$ 6 mil a uma testemunha arrolada em procedimento instaurado na Câmara Municipal - que investigava a compra irregular da carroceria da caminhonete - para que negasse os fatos e retirasse a denúncia.
Katiá também foi acusado de agredir um vereador que denunciou o uso de servidores públicos e maquinário da Prefeitura na limpeza de um terreno que pertence ao filho dele, em fevereiro do ano passado.