Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), até maio, o país registrou uma queda de 17% nas exportações. Os reflexos na safra 2018/2019, prevista para terminar em julho, se devem à queda do consumo e à produção menor da fruta.
Mesmo assim, o Brasil exportou 870,3 mil toneladas de sucos congelado e concentrado. Do total, 559.953 toneladas foram destinados à União Europeia.
O produtor Carlos Alberto Pinho Maia colhe três mil caixas de laranja por ano. Ele diz que os impostos reduzem a margem de lucro. Nos últimos anos, para tornar o negócio rentável e mais competitivo, ele se juntou à uma cooperativa.
“A gente precisou fundar essa cooperativa de agricultura familiar por causa da vantagem de ser pequeno. Aí eles [mercado externo] dão um valor maior, senão ficava inviável ser produtor pequeno de laranja no Brasil.”O representante da Coopercitrus cita que ainda é preciso aguardar a regulamentação do acordo entre os países membros, mas acredita que o primeiro impacto já causa resultados positivos no mercado.
“De imediato, tem um impacto psicológico, que possam vir novos investimentos, é um alento para os produtores e para as indústrias. O Brasil é muito competitivo na questão agrícola. Isso incentiva que ele adote novas tecnologias e que ele continue apostando na sua competitividade. Eu vejo vantagens extraordinárias a curto, médio e longo prazo”, afirma.
O especialista em agronegócio José Carlos Lima Júnior avalia que os 28 países integrantes da EU formam um mercado altamente exigente, o que deve impactar a cadeia produtiva no Brasil.
“Vamos acessar um mercado que é conhecido pela alta exigência de qualidade. Portanto, essa qualidade vai se desdobrar aqui no mercado interno, vai se desdobrar na melhora do processo produtivo. Consequentemente, vai estar gerando não só qualificação da mão-de-obra interna, mas também de todo o sistema de produção.”